quarta-feira, 16 de setembro de 2009

ANTE A VORAGEM DOS INTERESSES EGOÍSTAS E DAS ENGANAÇÕES SÓRDIDAS — O DRAMA DOS APOSENTADOS E PENSIONISTAS DO INSS

Luiz Carlos Nogueira
A pequena parte pensante do povo brasileiro vive indignada com a má índole da maior parte dos políticos, e dos que ocupam cargos públicos de relevância social.

Alguém já disse que “a ignorância é a nutriz do erro e a mãe de todos os vícios”. Esse pensamento é muito certo, porque a ignorância e o analfabetismo político da maioria do povo e da maioria egoísta e mal-intencionada dos políticos ou ocupantes de cargos públicos, que na busca de interesses próprios e de castas, provocam um efeito pernicioso sobre as pessoas e sociedade como um todo, ferindo de morte a saúde psicossocial.

Não é preciso ser psicólogo ou psiquiatra para perceber nos semblantes das pessoas, o desolamento, a ansiedade, sintomas de doenças psicossomáticas, e a pior de todas — a depressão.

Tais doenças acabam afetando o universo social de maneira contundente. Augusto Cury, em seu livro “O Futuro da Humanidade”, Rio de Janeiro: Sextante, 2005, p. 85, (leitura recomendada) no diálogo entre as personagens da estória, faz de certa forma uma denúncia:

“[...] Comentou que o princípio da co-responsabilidade inevitável demonstra que as relações humanas são uma grande teia multifocal. Revela que ninguém é uma ilha física, psíquica e social dentro da humanidade. Todos somos influenciados pelos outros. Todos nossos atos, quer sejam conscientes ou inconscientes, que sejam atitudes construtivas ou destrutivas, alteram os acontecimentos e o desenvolvimento da própria humanidade.

Qualquer ser humano — intelectual ou iletrado, rico ou pobre, medico ou paciente, ativista ou alienado — é afetado pela sociedade e, por sua vez, interfere nas conquistas e perdas da própria sociedade através de seus comportamentos. [...] queria dizer que todos são co-responsáveis pelo futuro da humanidade e do planeta como um todo.”

Mais adiante (p.93), o Dr. Cury, na continuação do diálogo diz:

“[...]a sensibilidade estava morrendo na humanidade[...]

— Estamos doentes. [...]

— Os líderes da sociedade são adultos?

— Obviamente são adultos.

— [...]

— Eles têm insônia ou não por tais sofrimentos?

— [...] Se eles dormem e sentem-se tranqüilos, são crianças. Só uma criança não tem consciência das misérias dos outros e não é responsável por elas. Só uma criança come fartamente e dorme serenamente enquanto há outras crianças morrendo de fome.[...]”


Um dos exemplos dessa criancice, é o que atualmente estamos assistindo — uma busca desesperada dos aposentados e pensionistas do INSS, para terem seus “benefícios” (é incrível, mas chamam isso benefícios – ora, são benefícios para aqueles que nunca contribuíram) previdenciários recompostos, que possam lhes devolver o poder de compra, a fim de poderem fazer frente às despesas com as suas necessidades básicas, principalmente de medicamentos.

Felizmente os projetos, de autoria dos senadores Tião Viana (AC) e Paulo Paim (RS), foram aprovados no Senado, para e extinção do fator previdenciário que havia sido criado em 1998 pelo governo neoliberal de FHC, e que pelo que se sabe, teve como artífice desse modelo perverso, a ex-secretária de Previdência Complementar Solange Vieira, que já chegou a declarar que isto representará uma “perda para a sociedade”. Agora, os projetos serão discutidos na Câmara dos Deputados. Veremos.

Perda para sociedade?

Então como é que se justificam as gastanças com as farras por conta do erário? O que dizer dos cartões corporativos? Das passagens aéreas utilizadas para passeios dos parlamentares e seus familiares, inclusive no exterior? Das ocupações de imóveis públicos sem pagar aluguel? Das nomeações de parentes ganhando salários altíssimos sem trabalhar? Do aumento do número de vereadores? Dos assessores de Senadores que são mandados fazer cursos no exterior, por conta da Instituição? Das ajudas financeiras aos Bancos, quando os nossos aposentados estão vivendo precariamente, salvo aqueles cujas “aposentadorias milagrosas” ultrapassem do teto máximo de 20 salários-mínimos, teto esse sobre o qual muitos contribuíram pelo maior tempo da vida laboral, até que o governo FHC reduziu para 10 salários-mínimos. Quem contribuiu pelos 20 sms ficou chupando os dedos como dizem.

Só falta — queimar todos os exemplares da nossa Constituição e o Estatuto do Idoso, e fazer como Hitler — mandar os idosos para a câmara de gás, para sobrar mais dinheiro para as “picaretagens”. Mas será que na eliminação dos idosos seriam incluídos os pais desses políticos e ocupantes de cargos públicos, que não respeitam quem já produziu muito neste País, que desde muito tempo sustentou e vem sustentando através dos impostos pagos, as sinecuras hereditárias dos verdadeiros “vagabundos”, palavra esta que o presidente (presidente veneno – BHC, como muitos o chamam) adjetivou os aposentados?

É preciso lembrar que esses aposentados de hoje, foram os que contribuíram para a Previdência Social, acreditando que quando ficassem idosos, pudessem ter uma qualidade de vida que todo ser humano tem direito. Como resultado disso — foram enganados e estão sendo tratados como lixo social.

Depois os “picaretas” de plantão, acham ruim e querem posar de santos, quando surgem os Lampiões, os Marighellas, os Lamarcas, Os Che Guevaras, e tantos outros. Eles, os Robin Hoods que agem ao contrário da lenda (tiram dos muitos pobres para enriquecer os poucos abastados), a maioria dos políticos e ocupantes de cargos públicos mal-intencionados, inescrupulosos, insensíveis, egoístas e mentalmente crianças cheios de birra, capachos do sistema — são os criadores desse gênero de revoltados.

São esses mesmos “picaretas” que fazem da democracia esculhambação deplorável — um sistema do faz de conta. São eles que invertem os valores. São eles que permitem a exploração dos jogos de azar; o tráfico de drogas e de trabalhadores escravos. São eles que permitem a exploração sexual de menores. São eles que querem ocupar posições não para promover a melhoria de vida das pessoas — mas só para receber altos salários.

A sociedade brasileira vive à mercê dos bandidos de todos os tipos.

E quando alguém resolve combater o crime organizado, de colarinho branco, a máfia das ambulâncias, promotores de mensalões e outras mazelas praticadas contra as pessoas, a sociedade e o erário, o azar será só desse alguém, pois de mocinho acaba sendo bandido, por conta do poder desses salafrários, que pelo cinismo e a pusilanimidade não se envergonham das coisas ruins que fazem. Até seus filhos criados vendo os maus exemplos dos seus pais, devem achar tudo normal porque não se sentem envergonhados.

Por fim, é por essas patifarias que os aposentados e pensionistas do INSS se sentem impotentes ante as voragens dos interesses egoístas e das enganações sórdidas. Mas, se os aposentados entenderem que podem não votar nessas escórias e ainda podem pedir para seus filhos não votarem também, os políticos podres, fichas-sujas, serão banidos da vida pública. JÁ É TEMPO DE PROMOVERMOS UMA LIMPEZA NO CONGRESSO NACIONAL, ATRAVÉS DE UMA REVOLUÇÃO SILENCIOSA, MAS EFICÁZ — O VOTO.

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