sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

A República dos panetones


Por Luiz Carlos Nogueira
nogueirablog@gmail.com

Como dizem: Eta Brasilzão!!!

Sonhar que algum dia neste País a ética comandará as ações do seu povo, é coisa só para os utopistas como Platão (A República), Thomas Morus (A Utopia), Tommaso Campanella (A Cidade do Sol), Thomas Hobbes (O Contrato Social - Leviatã).

Não deixa dúvidas que a campanha do desarmamento foi um meio de controle social, deflagrada pelo receio da classe dominante, de que não obstante a maioria do povo seja “burra, alguns revoltados com os corruptos/ladrões, pudessem resolver “mandar bala” em cima desses “cramulhões ou diabos”.

O que estamos assistindo no Brasil é como no dizer de Agildo Ribeiro: “coisa horrorosa!!”, pois este País está se transformando na República dos Panetones. Pizza está fora de moda, pois é salgada — ao contrário, panetone é doce.

Essa história de panetone só pode ter sido inventada por associação inconsciente da idéia de que a vida do corrupto é tão doce quanto essa iguaria. Só que o empanturramento com panetone está gerando pesadelo.

Os da farra dos panetones, decerto sonharam que estavam no programa do Silvio Santos ou do finado Chacrinha: Quem quer panetoneeee!!!

A sorte desses “caras” é que estão no Brasil e não na China ou no Japão।

Se estivessem na China levariam uma bala na nuca, se estivessem no Japão, seriam obrigados a praticar o Seppuku (termo formal para o ritual suicida chamado popularmente de harakiri, praticado por quem não é covarde e deseja limpar a honra). Portanto, isso não vai acontecer nunca no Brasil com esses “corruptões” sem dignidade.

Sobra-nos uma réstia de esperança no Judiciário. Talvez essas “ratazanas” não escapem da ratoeira, embora também o Judiciário esteja perdendo cada dia que passa, a confiança do povo brasileiro. Críticas acerbas são feitas a esse Poder. Vejamos por exemplo, a entrevista abaixo, extraída do Site do Qprocura (clique em cima deste título para conferir) :

“Título: Edson Vidigal diz que País tem "Justiça para pobres"
Data Publicação: 14/02/2006
Fonte: Clipping Ministério do Planejamento

O presidente do Superior Tribunal de Justiça (STJ), ministro Edson Vidigal, afirmou em entrevista à Rádio CBN Manaus, sexta-feira, que no Brasil existe uma "justiça PPV, para pobre, puta e veado". Questionado pelo entrevistador por que a justiça no Brasil "só existe para pobres", Vidigal confirmou: "Concordo plenamente: é a justiça do PPV, para pobre, puta e veado. São as pessoas mais discriminadas, as minorias. Isso acontece porque não têm defensores. Os ricos, que têm advogados, não vão para a cadeia: eles conseguem escapar dos processos porque a lei no Brasil é tão emaranhada que é preciso gente muito especializada para enfrentar essa selvageria que é nossa legislação processual." A declaração polêmica do presidente do STJ foi ao ar sexta-feira, ao vivo, e ontem pela manhã. O entrevistador, radialista Ronaldo Tiradentes, questionou o fato de um amazonense ter sido condenado à pena...”

Ora, exemplos vivos da impunidade pululam nas casas legislativas brasileiras e nos poderes executivos। O que é pior, porque esses elementos contaminados pela corrupção ou hospedeiros dessa peste, conseguiram driblar as leis, a Justiça e por consequência disso, os eleitores sem discernimento — e se reelegeram.

“Até quando, ó Catilina, abusarás da nossa paciência? Por quanto tempo ainda há-de zombar de nós essa tua loucura? A que extremos se há-de precipitar a tua audácia sem freio? Nem a guarda do Palatino, nem a ronda nocturna da cidade, nem os temores do povo, nem a afluência de todos os homens de bem, nem este local tão bem protegido para a reunião do Senado, nem o olhar e o aspecto destes senadores, nada disto conseguiu perturbar-te? Não sentes que os teus planos estão à vista de todos? Não vês que a tua conspiração a têm já dominada todos estes que a conhecem? Quem, de entre nós, pensas tu que ignora o que fizeste na noite passada e na precedente, em que local estiveste, a quem convocaste, que deliberações foram as tuas?
Oh tempos, oh costumes! O Senado tem conhecimento destes factos, o cônsul tem-nos diante dos olhos; todavia, este homem continua vivo! Vivo?! Mais ainda, até no Senado ele aparece, toma parte no conselho de Estado, aponta-nos e marca-nos, com o olhar, um a um, para a chacina. E nós, homens valorosos, cuidamos cumprir o nosso dever para com o Estado, se evitamos os dardos da sua loucura. à morte, Catilina, é que tu deverias, há muito, ter sido arrastado por ordem do cônsul; contra ti é que se deveria lançar a ruína que tu, desde há muito tempo, tramas contra todos nós. [...]” (Marcus Tullius Cícero)

Eis que perversidade do político é tão antiga quanto ao mundo. É isto que vemos nas Catilinárias de Cícero , conforme está acima transcrito um trecho।

Platão dizia que os políticos são falsos e criadores das piores ilusões: “[...[ quem realmente domina a ciência da política, não se inspira nas leis escritas mas sim na arte com que é dotado, nesta rara habilidade de saber conduzir os homens. Portanto, o único bom governo possível é o do "único competente". No entanto, porque isto não ocorre? Para Platão todos os regimes conhecidos (monarquia oligarquia, democracia, e suas variáveis) nada mais são do que a expressão juridicamente organizada da rejeição aberta ou velada que os homens têm ao único eficaz. Formada por gente cabeça dura, a sociedade nega-se a aceitar que haja alguém, tal como o Rei Competente, que possa, com autoridade, governar com virtude e ciência, com imparcialidade, com justiça e eqüidade, sem precisar injuriar ninguém. Portanto, todo o regime político conhecido não passa de uma ilusão pois ele sempre resulta dessa aversão à boa razão. De uma máscara que tenta ocultar o seu fracasso. Ao repelirem a evidência de que o único bom governo viria do Rei Competente, todas as constituições são imperfeitas, restando apenas a escolha da que for menos desagradável. Quanto aos politicos que resultam delas, dos regimes assinalados, devem ser repelidos por serem uns falsos, criadores das piores ilusões.”

“A Política é a Ciência

Se nem a estratégia, nem a justiça, muito menos a retórica, são artes independentes, só resta a política como a verdadeira e única arte superior। É ela a ciência real. Ainda que não possuindo obrigações práticas, reina sobre os demais, unindo a sociedade num só tecido perfeito. O que ela consegue é graças a harmonia das leis que elabora. O objetivo de toda a ciência política é eliminar ao máximo os maus elementos, conservando porém os bons e úteis para então "fundi-los numa obra perfeitamente una por suas propriedades e estruturas".

O Destino dos Maus Elementos

O que fazer, porém, com os maus elementos? Para Platão, deve-se submetê-los a uma prova de fogo, confiando-os aos educadores competentes para instruí-los ou, em caso de fracasso, que sofram "por sentença de morte".” (do Site: Política – História por Voltaire Shilling)

Finalizando – não sou ligado a qualquer religião, mas sugiro para o trio que foi filmado rezando e agradecendo por terem recebido propina, a fazer uma constatação na Bíblia Cristã, do que segue:

A oração deve ter sido feita em homenagem ao senhor Belzebu (ele é que é o mestre da trapaça e do mal) — certamente que não foi ao Senhor Deus.

“Ez. 20:44 – E sabereis que eu sou o Senhor, quando eu proceder para convosco por amor do meu nome; não conforme os vossos maus caminhos, nem conforme os vossos atos corruptos, ó casa de Israel, disse o Senhor Deus.” (Se fosse hoje diria: ó casas legislativas)

"Deut. 27:25 - Maldito aquele que aceitar suborno [...]. E todo o povo dirá: Amém.”

“Mt. 23:14 - Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! Pois que devorais as casas das viúvas, sob pretexto de prolongadas orações; por isso sofrereis mais rigoroso juízo.”

“Mt. 23:27 - Ai de vós, escribas e fariseus, hipócritas! pois que sois semelhantes aos sepulcros caiados, que por fora realmente parecem formosos, mas interiormente estão cheios de ossos de mortos e de toda a imundícia.”

“Mt. 23:28 -Assim também vós exteriormente pareceis justos aos homens, mas interiormente estais cheios de hipocrisia e de iniqüidade.”

“Mt. 23:33 - Serpentes, raça de víboras! Como escapareis da condenação do inferno?”

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