quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

Quando as serpentes chocam seus ovos?

Por Luiz Carlos Nogueira

nogueirablog@gmail.com


Alguém já presenciou alguma vez ou ouviu dizer que uma serpente chocou seus ovos? Muito se fala em ninhos de serpentes, mas esses animais peçonhentos não chocam. Seu ninho só serve para se acomodar depois que se fartaram do que a Natureza lhes colocou à disposição.


Mas, se prestarmos a atenção logo descobriremos que as cobras vão para os seus ninhos e chocam sim. Essa história parece lenda, como por exemplo “a caixa de Pandora”, que na verdade era a caixa de Timeu. Na mitologia grega, Pandora teria sido a primeira mulher, criada por Zeus como punição aos homens pela ousadia cometida por Prometeu, o titã que roubou dos céus o segredo do fogo.


Pois bem, como Pandora foi feita à semelhança das deusas imortais, Zeus destinou-a à espécie humana, para puní-la, por terem os homens recebido de Prometeu o fogo divino.

Pandora foi destinada a Epimeteu, a quem seu irmão Prometeu recomendara para que não aceitasse qualquer presente dos deuses, porque estes sempre presenteavam visando algo em troca. Mas como Pandora era de uma beleza fantástica, Epimeteu esqueceu-se do que lhe fora recomendado pelo seu irmão (Prometeu) e a tomou como esposa.

Epimeteu possuía uma caixa que havia ganhado dos deuses. Essa caixa continha todos os males que hoje assolam a humanidade. De sorte que Epimeteu avisara a mulher para que não a abrisse. Mas Pandora não resistiu à curiosidade e abriu a caixa, e os bens que nela continham, se escaparam. Por mais rápido que Pandora a tivesse fechado, nela somente se conservou um único bem — a esperança. E dali por diante, os homens passaram a ser afligidos por todos os males.

O leitor certamente pensará que os ninhos das serpentes só se encontram no meio do mato, em locais secos e pedregosos ou em cavernas. Que nada!!! As serpentes e seus ninhos estão bem no meio do povo. E eu já comecei a acreditar que é verdade e não se trata de alegoria da época de Adão e Eva, quando o Criador teria recomendado ao casal que não comesse da árvore do bem e do mal, como havia sugerido a serpente. Pois é, comeram, gostaram e continuam repetindo a desobediência todos os dias.

A coisa evolui de tal maneira, que hoje as serpentes se multiplicaram (chocaram seu ovos) e se organizaram, formando ninhos, uns chamados partidos políticos, câmaras municipal e federal, outros, chamados de senado, prefeituras municipais, governos federal e estadual, órgãos públicos e por aí afora.

Na verdade o ninho principal das serpentes se chama partido político. É lá que são inspiradas as tentações. É lá que são escolhidas as serpentes que vão picar os calcanhares do povo. Os botes são ensaiados lá. Depois disso, arrumam-se os ninhos como os já mencionados, e a partir dai salve-se quem puder.

As serpentes sempre estão assanhadas. Rastejam, não andam como homens, mas fazem suas vítimas. Comem os ovos até do beija-flor, aquele mesmo da lenda que abro parentese para contar a pequena alegoria:

“Certa vez, numa enorme floresta, por descuido ou ação criminosa, iniciou-se um grande incêndio. Os animais todos procuravam correr o mais distante que podiam das chamas. Menos um, um pequeno beija-flor.

Sem parar, ele ia até um pequeno lago sugava água, aproximava-se o máximo que podia das chamas e tentava apaga-las.

As chamas cada vez iam ficando mais fortes e tomando conta de toda a floresta. Mas, o pequeno beija-flor não parava de encher o bico de água e jogar no terrível fogo.

Vendo aquilo, um leão (será que não era uma serpente?) aproximou-se dele e indagou:

- Beija-flor, por que está fazendo isso? Você está pondo sua vida em risco. Não vê que você é muito pequeno e não tem condições de lutar contra o incêndio?

O beija-flor olhou para o leão e respondeu:

- Eu sei que sou pequeno… Mas, só estou fazendo a minha parte!”

Pois é, naqueles ninhos de serpentes, existem os beija-flores. Só que são em número extremamente reduzido, quase inexistente. Os coitados se debatem, gritam, protestam, esvoaçam de um lado para o outro, correm o risco de sucumbirem porque as serpentes são em número infinitamente superior.

Tem serpente que gosta muitíssimo de dinheiro, que os transporta como pode. Tem outras que gostam de fazer ninhos monumentais, tipo castelo. Algumas preferem comer uns tipos de comida gorda que chamam ou de “mensalão” ou “mensalinho”. As que gostam de ouvir sirenes de ambulâncias e ficam muito satisfeitas que vão dormir sorrindo.

Pode parecer incrível, mas essas serpentes falam tal como a que tentou Adão e Eva do paraíso. Algumas até rezam, tomando em vão o nome do Criador, só para disfarçar que estão agradecendo mesmo é ao “cramulhão”, por tê-los inspirado a conseguir o tal do “dinheiro que cai do céu”.

Nem os encantadores de serpentes, com suas flautas, conseguem acalmar as serpentes brasileiras. Agora, por exemplo, só se fala em sucessão, decerto será (usando um trocadilho) um grande sucesso mesmo (um sucessão), para as serpentes que conseguirem fazer seu grande ninho neste lugar chamado “Brasil”.

As serpentes mais peçonhentas falam que apresentarão solução para uma série de coisas. Na verdade não consigo pensar outra coisa, senão que a tal solução será um grande soluço, de choro, para o povo que pensa, trabalha e sustenta os serpentários.

Para finalizar, para aqueles que perguntam: quando as serpentes chocam seus ovos? É fácil de responder — é agora em 2010, quando “élais são” (eleição) mansas e afagam até as criancinhas. Como alguém também já disse: “nóis vamo ficá cum menas dificuldade se....”

Que os Céus nos socorra!!! Esse SE é que assusta.

“Menas” dificuldades poderiam significar “chaves” para o sucesso??? E de quem????

Parece que a Caixa de Pandora foi aberta aqui no Brasil, só restando a esperança para o povo brasileiro que pensa — a esperança de que o combate às serpentes peçonhentas resulte no efeito desejado.

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